Este
livro conta-nos a história de uma mulher senegalesa chamada Khady.
A
família de Khady pertencia à casta dos nobres e tinham a religião soninké.
Viviam nos subúrbios de Thiés, no Senegal. Esta mulher, com apenas sete anos,
sofreu um costume tradicional da sua região, a excisão, isto é, cortaram-lhe o
clítoris. A esta prática bárbara chamam purificação.
Na
aldeia de Khady era costume as avós educaram uma determinada criança, e a avó
responsável por ela era a avó Fouley, cuja morte vai transtornar Khady.
Entretanto,
Khady casou-se com um primo, de França, que tinha mais 20 anos do que ela. Já
que tinha que ir viver para França, o seu objectivo era arranjar emprego,
receber um salário e assim ajudar a sua família, proporcionando-lhes uma melhor
qualidade de vida.
Em
França, Khady conhece uma mulher soninké, que, por sua vez, a apresenta
a uma amiga que é de Dakar. O marido apresenta-lhe também duas mulheres, que
eram esposas de um amigo dele (a poligamia está muito presente neste livro
devido à religião a que pertencem). Khady teve a primeira filha em 1976, a quem
deu o nome de Mouna. Quando ia às consulta de pediatria com a sua filha, Khady,
já que aprendera bem francês, servia de intérprete entre as enfermeiras e as
restantes mulheres africanas. Arranjou emprego numa estação de comboios, e
enviou o seu primeiro salário para a família. A sua segunda filha nasce em
1977, Kiné, e, nesta segunda gravidez, Khady adoece e as crianças vão para casa
de uma prima. Esta prima purifica as crianças; Mouna tinha 2 anos e Kiné
18 meses.
Em
1978, nasce a terceira filha, Abi, e em 1979 entra em vigor a lei que proíbe a
excisão no Senegal. Ainda nesse ano, Khady e as filhas vão ao Senegal visitar a
família. No regresso a França, Khady começa um Curso de contabilidade que é
interrompido em 1980, devido à quarta gravidez, desta vez de um menino, Mory.
Khady começou a demonstrar que não queria ter mais relações sexuais e
igualmente deixar de engravidar. Decidiu começar a tomar a pílula, o que
originou discussões conjugais. É nesta altura que arranja emprego, com um
contrato de 6 meses, numa companhia de seguros. O marido volta a casar com
outra mulher africana (poligamia) e Khady engravida pela quinta vez em 1984.
Nasce outra filha a quem chamou Binta. Entretanto, a co-esposa do marido chega
a França, e numa das vezes em que vão passear com as crianças, Kiné, morre
atropelada. Khady entra em depressão, pede o divórcio e regressa ao Senegal com
os 4 filhos.
Deixou
que purificassem a filha mais nova, contudo agora dedica-se a lutar para que
estas práticas de costumes tradicionais acabem.
Enquanto
lemos este livro sentimos a revolta, mas ao mesmo tempo sorrimos com a força de
vontade e com a coragem desta mulher.
Marta Luz 11ºD Nº15